POR QUE (AINDA) SOU
PRÉ-TRIBULACIONISTA
O assunto de hoje é polêmico. Causa revolta em alguns. Já fui xingada e até amaldiçoada por cristãos(?) ao expor o que penso e o que estudei sobre o assunto. E o mais interessante é que todos eles, sem exceção, não apresentaram um único argumento devidamente embasado na Bíblia, para me provar ao contrário. O título contém a palavra “ainda” pois pode ser que eu mude de idéia um dia. O tempo, e somente ele, poderá dizer se estou certa ou não. E se ou quando isto acontecer, terei humildade suficiente para assumir que errei. Por ora, continuo firme, crendo que o Senhor não tarda em buscar sua IGREJA. O Arrebatamento é iminente.
O
pré-tribulacionismo, bem como o meso-tribulacionismo e pós-tribulacionismo tem
como acontecimento “EM COMUM” pelo menos DOIS FATOS: 1) Jesus Cristo Voltará;
2) Ele levará a Igreja Consigo em um evento chamado Arrebatamento. O que diferencia os prefixos pré, meso ou pós é o momento em que este fato ocorrerá. Os pré-tribulacionistas
acreditam que o Arrebatamento ocorrerá ANTES da Tribulação; os
meso-tribulacionistas acreditam que ocorrerá NO MEIO da Tribulação e os pós-tribulacionistas
dizem que o Arrebatamento ocorrerá no FINAL da Grande Tribulação. Convido você
a pensar junto comigo e examinarmos juntos o que as Escrituras dizem sobre este
assunto. Antes, porém, quero esclarecer alguns pontos que considero
importantes.
QUANDO SURGIU A “DOUTRINA” DO PRÉ-TRIBULACIONISMO
Este
ensino é atribuído a John Nelson Darby (1800-1882), que foi o líder do
movimento Irmãos e “pai do Dispensacionalismo moderno”. John era jornalista e,
segundo Brian Schwertley, ele “emprestou” esta doutrina de Margaret McDonald.
Porém, o maior disseminador deste ensino foi Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921).
C. I. Scofield publicou sua Bíblia de
Referência Scofield em 1909. Essa Bíblia, que expunha as doutrinas de Darby em
suas notas, se tornou muito popular em círculos fundamentalistas. Então,
segundo Brian Schwertley, antes de 1830, esta doutrina não existia. Será mesmo?
Vejamos o que a Bíblia fala sobre isto, bem como algumas anotações de Scofield.
Em Apocalipse, 4:1-5, está
descrito que João vê uma “porta aberta no céu”, depois é “arrebatado em
espírito”, vê o trono de Deus, e vê também 24 anciãos assentados no trono e
coroados. Note que o livro de Apocalipse é uma sequência de fatos em
continuidade. Esta interpretação é quase universal. Até hoje, não encontrei
nenhuma interpretação plausível para a identidade destes 24 anciãos que não
fosse a IGREJA. Sim, os 24 anciãos são a Igreja. Até o capítulo 3 de
Apocalipse, a Igreja encontra-se na Terra mas, a partir do capítulo 4, a Igreja
é vista no Céu. Este 24 anciãos são mencionados em Ap 5:14, 11:6, 19:4 , eles
são visto no Céu, prostrados e adorando Ao que Vive Para Todo o Sempre. Os capítulos
5 a 19 descreve eventos que acontecem NA TERRA, enquanto a Igreja é VISTA NO
CÉU, sendo portanto incompatível afirmar que a Igreja de Cristo estará na Terra
na ocasião da Tribulação (que em paralelo representa a Septugésima Semana de Daniel).
#Fato 1 – Se os 24 Anciãos representam a
IGREJA , e ela é vista no CÉU, por ocasião da abertura dos 7 Selos, do derramar
das 7 taças, e do soar das 7 Trombetas, então o Arrebatamento deve ocorrer
ANTES da TRIBULAÇÂO. Diante deste fato, discordo que a doutrina do
pré-tribulacionismo não existia antes de 1830. O Apocalipse de João era
conhecido pelos pais da Igreja, bem como pelos primeiros cristãos, eles
viviam na IMINÊNCIA da volta de Cristo, pois Ele disse, certamente BREVE venho.
Este BREVE do Senhor já tem quase 2.000 anos, portanto muitos esqueceram disto
e voltaram para suas vidas medíocres, esquecendo-se das promessas feitas por
Cristo. E como posso afirmar que os cristãos viviam na iminência de um
Arrebatamento repentino? Os cristãos de Tessalônica chegaram a pensar que o
Senhor não voltaria mais, pois muitos já “dormiam no Senhor” e eles ainda não
haviam sido arrebatados, por isso estavam muito tristes. O apóstolo Paulo soube
disto e procurou confortá-los através das cartas que conhecemos hoje como I e
II Tessalonicences.
Não quero, porém, irmãos, que sejais
ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os
demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que
nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
dormem. Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e
os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor.
(1Ts 4:13-17)
Acerca
disto, Paulo diz que Jesus viria “como um ladrão na noite”. Bem, não sabemos que
dia e hora vem o ladrão para roubar nossas casas. O que requer que estejamos
preparados com trancas reforçadas, grades, cães de guarda, etc. Paulo comparou
a vinda do Senhor desta forma, repentina e inesperada, em um tempo onde dirão: “Há
paz e segurança”. Então como pode ocorrer o Arrebatamento no final da Grande
Tribulação se a própria Bíblia nos diz que será em um tempo de angústia como nunca
houve antes, desde o princípio do mundo? Ou a Bíblia se contradiz, ou a vinda
do Senhor acontece em “duas fases”, uma invisível e outra visível.
CONTINUA...
Fontes:
A Bíblia Anotada de Scofield
http://monergismo.com/textos/dispensacionalismo/origem-arrebatamento-pre_Schwertley.pdf