Sê tu uma benção... (Gn 12:2b )

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

POR QUE (AINDA) SOU PRÉ-TRIBULACIONISTA? (PARTE 1)


POR QUE (AINDA) SOU PRÉ-TRIBULACIONISTA

      
                O assunto de hoje é polêmico. Causa revolta em alguns. Já fui xingada e até amaldiçoada por cristãos(?) ao expor o que penso e o que estudei sobre o assunto. E o mais interessante é que todos eles, sem exceção, não apresentaram um único argumento devidamente embasado na Bíblia, para me provar ao contrário. O título contém a palavra “ainda” pois pode ser que eu mude de idéia um dia. O tempo, e somente ele, poderá dizer se estou certa ou não. E se ou quando isto acontecer, terei humildade suficiente para assumir que errei. Por ora, continuo firme, crendo que o Senhor não tarda em buscar sua IGREJA. O Arrebatamento é iminente.
                O pré-tribulacionismo, bem como o meso-tribulacionismo e pós-tribulacionismo tem como acontecimento “EM COMUM” pelo menos DOIS FATOS: 1) Jesus Cristo Voltará; 2) Ele levará a Igreja Consigo em um evento chamado Arrebatamento. O que diferencia os prefixos pré, meso ou pós é o momento em que este fato ocorrerá. Os pré-tribulacionistas acreditam que o Arrebatamento ocorrerá ANTES da Tribulação; os meso-tribulacionistas acreditam que ocorrerá NO MEIO da Tribulação e os pós-tribulacionistas dizem que o Arrebatamento ocorrerá no FINAL da Grande Tribulação. Convido você a pensar junto comigo e examinarmos juntos o que as Escrituras dizem sobre este assunto. Antes, porém, quero esclarecer alguns pontos que considero importantes.

QUANDO SURGIU A “DOUTRINA” DO PRÉ-TRIBULACIONISMO



                Este ensino é atribuído a John Nelson Darby (1800-1882), que foi o líder do movimento Irmãos e “pai do Dispensacionalismo moderno”. John era jornalista e, segundo Brian Schwertley, ele “emprestou” esta doutrina de Margaret McDonald. Porém, o maior disseminador deste ensino foi Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921). C. I. Scofield publicou sua Bíblia de Referência Scofield em 1909. Essa Bíblia, que expunha as doutrinas de Darby em suas notas, se tornou muito popular em círculos fundamentalistas. Então, segundo Brian Schwertley, antes de 1830, esta doutrina não existia. Será mesmo? Vejamos o que a Bíblia fala sobre isto, bem como algumas anotações de Scofield.
Em Apocalipse, 4:1-5, está descrito que João vê uma “porta aberta no céu”, depois é “arrebatado em espírito”, vê o trono de Deus, e vê também 24 anciãos assentados no trono e coroados. Note que o livro de Apocalipse é uma sequência de fatos em continuidade. Esta interpretação é quase universal. Até hoje, não encontrei nenhuma interpretação plausível para a identidade destes 24 anciãos que não fosse a IGREJA. Sim, os 24 anciãos são a Igreja. Até o capítulo 3 de Apocalipse, a Igreja encontra-se na Terra mas, a partir do capítulo 4, a Igreja é vista no Céu. Este 24 anciãos são mencionados em Ap 5:14, 11:6, 19:4 , eles são visto no Céu, prostrados e adorando Ao que Vive Para Todo o Sempre. Os capítulos 5 a 19 descreve eventos que acontecem NA TERRA, enquanto a Igreja é VISTA NO CÉU, sendo portanto incompatível afirmar que a Igreja de Cristo estará na Terra na ocasião da Tribulação (que em paralelo representa a Septugésima  Semana de Daniel).
#Fato 1 – Se os 24 Anciãos representam a IGREJA , e ela é vista no CÉU, por ocasião da abertura dos 7 Selos, do derramar das 7 taças, e do soar das 7 Trombetas, então o Arrebatamento deve ocorrer ANTES da TRIBULAÇÂO. Diante deste fato, discordo que a doutrina do pré-tribulacionismo não existia antes de 1830. O Apocalipse de João era conhecido pelos pais da Igreja, bem como pelos primeiros cristãos, eles viviam na IMINÊNCIA da volta de Cristo, pois Ele disse, certamente BREVE venho. Este BREVE do Senhor já tem quase 2.000 anos, portanto muitos esqueceram disto e voltaram para suas vidas medíocres, esquecendo-se das promessas feitas por Cristo. E como posso afirmar que os cristãos viviam na iminência de um Arrebatamento repentino? Os cristãos de Tessalônica chegaram a pensar que o Senhor não voltaria mais, pois muitos já “dormiam no Senhor” e eles ainda não haviam sido arrebatados, por isso estavam muito tristes. O apóstolo Paulo soube disto e procurou confortá-los através das cartas que conhecemos hoje como I e II Tessalonicences.
Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.  Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. (1Ts 4:13-17)
                Acerca disto, Paulo diz que Jesus viria “como um ladrão na noite”. Bem, não sabemos que dia e hora vem o ladrão para roubar nossas casas. O que requer que estejamos preparados com trancas reforçadas, grades, cães de guarda, etc. Paulo comparou a vinda do Senhor desta forma, repentina e inesperada, em um tempo onde dirão: “Há paz e segurança”. Então como pode ocorrer o Arrebatamento no final da Grande Tribulação se a própria Bíblia nos diz que será em um tempo de angústia como nunca houve antes, desde o princípio do mundo? Ou a Bíblia se contradiz, ou a vinda do Senhor acontece em “duas fases”, uma invisível e outra visível.

CONTINUA...

Fontes:

A Bíblia Anotada de Scofield
http://monergismo.com/textos/dispensacionalismo/origem-arrebatamento-pre_Schwertley.pdf

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